É urgente quebrar este ciclo de contaminação

 

 

As Experiências Adversas precoces, deixam marcas para toda a vida. Vários estudos referem a existência de um ciclo onde a vítima de EAI tende a transformar-se numa agressora. A maioria das vítimas passa pela vida sem nunca se encontrar. Começam a distanciar-se de si próprias a partir do momento em que nascem.  Enquanto se afastam do seu centro, procuram nos outros o amor que não sentem por si próprias, estabelecem relações tóxicas onde se afundam, nascem filhos que são apanhados no ciclo vicioso das adversidades.

O vínculo entre pais e filhos é o primeiro que vivenciamos ao nascer e o que mais influencia o nosso desenvolvimento mental e emocional.  Cada ato, cada gesto, cada palavra, cada ausência dos pais tem o poder de causar um forte impacto na vida do filho, fazendo com que ele possa tornar-se uma vítima de EAI.  As adversidades que adquirimos na nossa própria infância e experênciamos pela vida fora são as principais causadoras do flagelo que vivemos e nos impedem de ser os pais amorosos que na nossa essência ambicionamos ser.

As EAI são as carcereiras das prisões onde as vítimas enjaulam os seus próprios filhos. Os filhos nasceram com a vocação de exploradores e os pais deviam conseguir criá-los em liberdade e ser os apreciadores e guardiões dos tesouros que eles vão encontrando pela vida fora. Para além de outros flagelos, ao aprisionarem os filhos dentro da sua própria gaiola, os pais não permitem que eles desenvolvam a sua própria autonomia, assimilem valores congruentes com a sua própria essência e adquiram os conhecimentos e competências que verdadeiramente necessitam para serem eles próprios.

A maior parte dos agressores são pais vítimas de EAI. A criança abusada tende, consequentemente, a ser um adulto abusivo. Só quebrando este ciclo podemos evitar que os pais continuem, por desconhecimento, por falta de apoio ou de amor incondicional e genuíno a provocar EAI àqueles que mais desejam amar.

Sendo assim, as EAI devem ser posicionadas como uma questão de saúde pública de prioridade máxima.

Vamos parar este ciclo de contaminação?

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